Eu
já escrevi sobre o Islã e o terrorismo aqui no Instituto Liberal. Também falei que conheço alguns muçulmanos que me
são caros. Tenho um grande carinho por uma família palestina que me acolheu por
um mês em Ramallah/Al-Bireh quando visitei a região. Essa família é composta
pelo pai, mãe e dois filhos. Ele, o pai, mesmo sendo um homem de fé islâmica,
do tipo que reza cinco vezes ao dia em direção à Meca, jamais pegaria em armas
ou defenderia seitas como o Estado Islâmico. Ao contrário. É um homem pacífico
que não merece o rótulo de “terrorista” por causa dos malucos que abrem fogo
contra multidões ou se explodem a fim de adentrar no paraíso.
Certa
vez, quando conversava com uma amiga descendente de palestinos e que vive na Palestina,
ela me dizia que não considerava o Estado Islâmico como um grupo muçulmano.
Discordei. Disse que o Estado Islâmico é, sim, islâmico e que, por sua vez, não
julga os moderados como verdadeiros fiéis. Sabemos que o islã é dividido desde
a morte do profeta Muhammad (571 – 632). Um católico conservador pode não
considerar um teólogo da libertação como um legítimo católico; o luterano pode
pensar que o catolicismo não é a melhor maneira de ser cristão; o católico pode
não conceber os neopentencostais como cristãos genuínos etc. Mas todos, na sua
maneira, são isso ou aquilo. Os exemplos abundam. Por esta
razão penso ser mais prudente não sair em defesa plena de nenhuma religião em
específico; há de se analisar caso a caso, embora, claro, os terroristas contemporâneos
se explodam em nome de Alá, e não em favor do Papa Francisco.
Fiz
esta longa introdução porque gosto de separar as coisas. Agora vamos ao tema
que dá título ao texto.
Ontem
(22/05) vimos mais um atentado islâmico em Manchester. Isto posto, faço a
pergunta: o Big Ben e a Torre Eiffel se tornarão um minaretes? A julgar pela
letargia do Ocidente diante do seu próprio carrasco, tudo indica que sim. Se
continuarmos a criar tontos que saem com cartazes dizendo “Respect our women”
após estupros praticados por imigrantes e militantes de esquerda que se
deliciam com o exotismo de bandos terroristas, o Ocidente perecerá. Se os
ingleses permanecerem aquiescendo com cartazes escritos “Sharia Controlled Zone”
em bairros londrinos, sim, o Big Ben se transformará num minarete e a Catedral
de Westminister será uma mesquita. Como cético que sou, não acredito na perenialidade
de qualquer cultura ou civilização, organismos vivos que se transformam ao
sabor dos tempos. Mas não é por isso que precisamos virar carne moída dentro da
nossa própria casa. O pacifismo também mata, e no nosso caso, ele é suicida.
Portanto, me recuso a aceitar a ideia de que devamos ser condescendentes com o
martírio que o relativismo cultural nos propõe.
Antes
de tudo, os terroristas devem ser encarados como terroristas, como o filósofo
Luiz Felipe Pondé escreveu aqui. Por esse motivo, precisam ser combatidos não com
documentários emotivos, mas através de políticas de combate ao terrorismo – até
mesmo para conter a xenofobia crescente - e, claro, inevitavelmente, de armas
em punho. O estoicismo de Jesus Cristo, Gandhi e Martin Luther King Jr pode ser
tocante, mas é ineficaz em face de um lunático pronto para descarregar sua
AK-47.
O
desarmamento da população civil, o relativismo, o politicamente correto e
pacifismo ocidental formam um kit-suicídio que deleita o algoz. Em situações de
extrema violência a diplomacia é uma quimera que só se sustenta nas páginas dos
livros de sociologia barata. Dado isso, é importante ter em mente que a
situação atual é urgente e que, por este motivo, é vital que se façam escolhas
urgentes. Aliás, não fazer nenhuma escolha, neste cenário apocalíptico, é optar
pelo martírio consentido.
Gostaria
de replicar o que já escrevi por aqui no dia 27/06/2016:
“Talvez
quando estivermos todos vivendo sob um califado, nossas mães e irmãs trajando niqabs
pretos e nós, homens, tendo que nos curvar em direção à Meca cinco vezes por
dia dentro daquilo que havia sido a Catedral da Sé, alguém comente em voz
baixa: ‘Você lembra daquele livro publicado em 2015 [Submissão, de Michel Houellebecq] e que se passa numa França dominada pelo
islamismo? Achei que fosse de ficção, não o relato de uma premonição.’”
Espero
estar errado, mas tendo em vista a fraqueza ocidental contemporânea e suas
políticas estéreis de “conscientização” politicamente corretas, seus homens lutando
por ciclovias e pela alface em detrimento do consumo de carne, é bastante
plausível que Ocidente se torne, ele próprio, um grande abatedouro.
Não
podemos culpar o Ocidente pelos ataques praticados por muçulmanos, mas podemos
e devemos culpá-lo pela covardia que
se instalou em sua própria alma. É preciso reagir com vigor ou aceitar virar
bucha de canhão.
E
você, leitor, acha que a Catedral de Westminster será uma mesquita e o Big Ben
se tornará um minarete?
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